Alegre e triste ao mesmo tempo
Hoje (21) seria aniversário da minha avó — se ela estivesse viva. Quarta-feira (26) seria aniversário da minha outra avó, mas vai ser o primeiro 26 de fevereiro que vivo sem que ela esteja com o corpo no mundo.
Começa hoje uma sequência de aniversários de avôs e de avôs que não tenho mais e talvez por isso eu tenha usado a instituição vó como exemplo em uma aula mais cedo — comida de vó pra ser exata.
Eu não sei se hoje deixa de ser aniversário simplesmente porque porque ela morreu. Celebramos os 97 anos desde seu nascimento ou o tempo de vida — esse sim encerrado em 2017?
Uma questão de perspectiva, para variar. O fim, me parece ser sempre uma questão de perspectiva.
Fins e começos colados. Uma pressão para que a alegria do recomeço soterre o luto do fim. Agora, vivo fins e começos diversos. É preciso aceitar a concomitância da alegria e da tristeza dentro da gente. Quem inventou essa oposição?
Por acaso, escrevi esse texto na sexta, aniversário da mãe de minha mãe, e envio hoje, quarta, aniversário da mãe de meu pai. Depois de pular alguns meses de “Faz Sentido?”, escrevi pedaços de textos sobre assuntos diversos para enviar hoje, mas, na semana passada, me surgiu esse pensamento no horário do almoço, escrevi à mão no bloco que levava na mochila. Acho que cai bem para o agora enviar um texto curto, simples e que saltou de mim. É o começo de um ano (ou será logo após o carnaval?) e de tantas coisas. Mas é também o fim de muito do que já foi.
Obrigada pela paciência em seguir por aqui!
- Deixo a indicação da newsletter da Mônica Levandoski, Ferve, que é sempre maravilhosa, mas a última edição combina aqui porque fala sobre luto: Existe espaço para o luto nos tempos atuais?
Este texto foi enviado na minha newsletter, Faz Sentido?. Envio textos mensalmente por lá (às vezes alguns links vão junto) e, um tempinho depois, eles vêm pra cá. Então este é o #33 opor alegria e tristeza? enviado em fevereiro. Clica aqui para receber por email.